1.7.09

Não faça isso com seu negócio

Ao conversar com empresários sobre o que se deve ou não fazer para um empreendimento crescer, os conselhos sempre são: faça aquilo, faça isso, monte uma equipe excelente, preste um bom serviço, etc. Mas como na vida a gente aprende mais com erros do que com acertos (infelizmente), reuni aqui algumas coisas que qualquer empresário não deve fazer.

Não seja perfeccionista: Perfeccionismo, antes de tudo, é uma ilusão. Nada é perfeito. Pior ainda, a perfeição está no caminho das receitas e de realmente aprender o que os clientes pensam, pois nada ainda está em suas mãos. Quando o produto é "suficientemente bom" (mas não é "perfeito"), coloque-o de frente com o seu consumidor e veja o que acontece.

Não dê títulos nobres: Algum dia, você vai precisar entregar títulos como diretor, vice-presidente e chefe para seus funcionários para poder mantê-los na empresa. Até que isso aconteça, se refiram uns aos outros como "co-fundadores" e descrevam a área de atuação, a exemplo, "planejamento". Se seus sócios não estiverem bem com isso, na verdade eles estarão fazendo um favor a você, mostrando suas "cartas" agora.


Não contrate sua família: A probabilidade de que o seu cônjuge ou parente é a melhor pessoa para você dar um posto de trabalho é de 0%. A probabilidade de que as pessoas vão odiar trabalhar na empresa com cônjuges e parentes é de 100%. A probabilidade de que um de vocês vai ter que ser demitido um dia também é de 100%. Nunca contrate por conveniência. Sempre contrate a melhor pessoa que você pode obter.

Não crie nobres previsões "conservadoras": Você sabe que estará jogando números no ar. Se você está abrindo uma empresa em determinado segmento é porque conhece o mínimo de onde está se metendo. Se vai fazer previsões, basta dizer que é um projeto de R$ 25 milhões em quatro anos que todo mundo vai estar de acordo com a sua mentira.

Não acredite que exceção é a regra. Isso é chamado de Efeito Twitter. Uma empresa diz: "Nós estamos centrados na utilização como o Twitter. Não estamos preocupados com a receita agora". É até valioso pensar como o Twitter, mas o Twitter é exceção. Facebook é exceção. YouTube é exceção. Aí, listadas as excepções, o resto precisa gerar receita asap, ou vai morrer de fome.

Não construa sua infra-estrutura antes de ter receita: Claro que, se sua estimativa conservadora é de um crescimento que torna a curva do Twitter um blip, então você precisa de atendimento ao cliente, suporte técnico e mega-servidores. Mas fora essa estimativa, as probabilidades são que você vai ficar sem dinheiro antes mesmo de dar um passo para fora da sua infra-estrutura.

Não assuma "a próxima rodada": A maioria dos prazos projetados sempre contam com um evento que se chama "Aqui é onde o milagre acontece." Uma sugestão: é muito melhor que nenhum milagre ocorra, é preciso anos de suor para alcançar o sucesso. Milagres só acontecem em filmes, na vida real a história é bem diferente.

Não compare suas intenções com os resultados de outros profissionais: A maioria das pessoas acaba comparando seus possíveis resultados com os resultados dos outros. Talvez essa seja uma maneira de botar a culpa no outro, caso algo dê errado. Mas vamos encarar os fatos, a história e o talento de cada um tem toda uma base construida em fatos e eventos que são impossíveis de se repetir. E se você estiver conseguindo menos do que pretendia, talvez seja porque não esteja se dedicando o suficiente aos seus planejamentos. Humildade para enxergar os problemas pode ser um grande passo para a melhoria.

Não peça as pessoas para fazer algo que você não faria: Esta é a regra de ouro da empresa. Se você não preencher dez campos de informação e fornecer um número de cartão de crédito livre para uma senha, não espere que seus clientes o façam. Se você não trabalhar no fim de semana enchendo envelopes, não espere que os seus colaboradores o façam. Se você não investir na sua empresa, não espere que os capitalistas de risco venham.

Não mostre o seu trabalho final em um PowerPoint tosco: Muitas empresas, inclusive de propaganda, não investem na sua própria apresentação. Apesar de ter um portfólio incrível, ao se apresentar no mercado, nunca tem tempo de construir sua própria imagem. E quando o fazem, se preocupam em dar um show nas revistas, TV, fazer uma boa ação de endomarketing, mas quando chega a hora da apresentação interpessoal, o máximo que tem a apresentar é um PPT tosquinho e feito pela secretária ou pelo estagiário. Pense bem, talvez esse seja o momento mais importante do negócio, é onde acontece a venda real, "o aperto de mãos", sendo assim, um pouco mais de atenção a esse momento pode fazer a diferença.

Post baseado em artigo publicado no Open Forum, por Guy Kawasaki.

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