Há uns bons anos atrás, um homem decidiu voltar à terra. Ele mensurou todas as atividades que iria enfrentar para que, ao final de uma nova jornada, pudesse sair da terra melhor e mais evoluído do que quando chegou.
Conseguiu que o recebessem numa modesta moradia, simples, singela, mas com muito amor, proveniente esse de méritos superiores a que fazia juz.
Foi conduzido ao útero, onde por nove meses, recebeu o novo envoltório corporal, seu escafandro que iria conduzí-lo pela nova jornada. Não quis ser belo, nem feio. Preferiu em sua modéstia, deixar a beleza aflorar conforme o despetar de suas belezas internas. Quanto mais colocasse seus dotes pra fora, mais belo ficaria. Escolheu inclusive passar por momentos difíceis, durante alguns anos, deixou de sorrir e sua pele foi acometida pela tortura que só a adolescência conhece.
Mas firme em seus propósitos, este homem, ainda menino, caminhou, buscou, aprendeu e vem vencendo cada uma das provas que a vida lhe colocou à frente, tal qual uma ponte bamba a lhe atravessar o caminho.
Hoje, esse menino-homem, mesmo diante de dúvidas, já tem passos mais firmes. Na pele, já não se vê mais as marcas do adolescente. Os calos da experiência lhe deixaram mãos firmes, talentosas. O sorriso voltou-lhe a face às largas. Nesse tempo todo, somente uma coisa não mudou: o olhar curioso, brilhante, com seu leve toque esverdeado, continua buscando se aquietar. Não fixa um ponto, não esmorece, vibra a cada segundo, buscando o novo, buscando o velho, procurando entender o mundo ao seu redor. Esse olhar, sempre seu, é a porta de sua alma e será o seu guia, mesmo depois da jornada finita.
O nome desse menino-homem é Flávio Reis e ele mora no meu coração.
Parabéns meu amigo, meu irmão, pelo seu dia.
Joyce
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